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As cercas elétricas potencializam a proteção de onças-pintadas e gado no Brasil 
Entre as décadas de 1950 e 1970, o comércio de peles nas Américas Central e do Sul quase levou a onça-pintada à extinção. Atualmente, elas lutam contra os efeitos do desmatamento e da expansão agrícola, além da represália por parte de pecuaristas caso elas cacem gado. O apoio da Datamars Livestock na forma de treinamento e equipamentos especializados em cerca elétrica está potencializando a proteção de ambas as espécies e ajudando a criar um ambiente mais sustentável onde ambas possam coexistir.

A maior parte das 170.000 onças-pintadas vivas hoje vive na floresta amazônica e no Pantanal, a maior zona úmida tropical do mundo, abrangendo 42 milhões de acres na Bolívia, Brasil e Paraguai. Metade desse número vive novamente no Brasil, onde a onça-pintada, agora classificada como 'quase ameaçada', caça pequenos mamíferos, répteis e aves para alimentação, mas também mamíferos maiores, como antas, capivaras, veados, jacarés e sucuris.

Mas o desmatamento está forçando mudanças em seus padrões de caça, o que está ameaçando sua existência, já que os pecuaristas retaliam por ataques ao gado.


Rafael Hoogesteijn, veterinário por profissão e diretor do Jaguar Conflict Program (Programa Conflito da Onça-pintada, em tradução livre), Panthera Brazil, diz que reduzir o conflito entre pessoas, gado e a onça-pintada, que tem a mandíbula mais forte de todos os felinos, é crítico para a sobrevivência de todos.  

“Estamos começando a descobrir a importância desses grandes predadores em manter a estrutura e o funcionamento adequado das florestas tropicais e, por sua vez, das terras agrícolas. É uma cadeia muito relacionada.”

A Panthera Brazil é uma ONG e uma das poucas organizações que trabalham diretamente com pecuaristas para ajudá-los a aprender novas estratégias para lidar com a onça-pintada. A equipe da Panthera Brazil trabalhou com cerca de 80 fazendas, sítios e comunidades diferentes entre as Américas Central e do Sul em estratégias antipredação, dos quais pelo menos 60% estão usando cercas elétricas antipredação, incluindo cercas Speedrite da Datamars Livestock com parte dos equipamentos doados sem custo.


Esse apoio reflete o foco da Datamars em oferecer suporte à produção pecuária sustentável, que inclui a capacidade de produzir proteína de alta qualidade de uma forma que usa recursos menos escassos, como a terra.

A tecnologia de cercas elétricas pode ajudar os pecuaristas a adotarem programas de pastoreio flexíveis e serem mais produtivos em menos terra e com um uso menor de recursos escassos, como água e ração. Ao usar terra, ração e água de forma mais eficaz, a produção pecuária pode continuar a crescer paralelamente e em apoio aos esforços para aumentar o reflorestamento e a preservação de espécies importantes e da ecologia florestal.


Cerca elétrica antipredação

Na América do Sul, a Datamars desenvolveu cercas elétricas especialmente projetadas para ajudar a prevenir conflitos entre as onças-pintadas e os pecuaristas. Quando uma onça-pintada recebe um pequeno choque de uma cerca elétrica antipredação, por exemplo, ela costuma se afastar por algumas semanas. Se voltarem, elas são muito mais cautelosas. 

É um investimento importante para todas as partes, sendo que a onça-pintada movimenta cerca de USD 9 milhões por ano só em turismo para o Brasil. 

Hoogesteijn diz que a onça-pintada também ataca animais doentes, impedindo a propagação de doenças entre animais silvestres e domesticados e, finalmente, humanos. 

“A onça também caça grandes animais herbívoros, ajudando a manter o equilíbrio das florestas. As florestas, por sua vez, produzem evaporação que se transforma em rios atmosféricos e chuva que flui pela Amazônia e pelo centro e sul da América do Sul, irrigando as extensas áreas agrícolas dessas regiões." 
 

Colaboração entre a Datamars e a Panthera Brazil
Para a Panthera Brazil, produtos de qualidade e educação são importantes para diminuir o conflito entre pecuaristas/agricultores e grandes felinos. A Datamars ajuda a Panthera Brazil desde 2019 fornecendo produtos, treinamento e soluções para problemas para apoiar um maior uso de soluções de cercas de alta qualidade em sítios nas Américas Central e do Sul.

Rafael explica que alguns pecuaristas compram cercas elétricas baratas que não funcionam e não protegem o gado de ataques. 

“Recomendamos o equipamento de cerca da Datamars Livestock porque é confiável, de boa qualidade e eficaz na prevenção da predação de onças-pintadas e onças-pardas no gado. Mesmo que a cerca esteja comprometida por causa de galhos caindo sobre ela, ou grama ou arbusto fazendo contato, ela é uma defesa eficaz contra os grandes felinos."

A tecnologia de cerca elétrica Speedrite da Datamars Livestock originou-se na Nova Zelândia há 85 anos e a solução foi desenvolvida adiante especificamente para os ambientes desafiadores das Américas Central e do Sul. Isoladores e postes de sustentação, expostos ao sol durante o ano todo, recebem tratamento UV especial para os trópicos. E o energizador, que alimenta a cerca elétrica, é normalmente colocado abaixo das células solares, de modo que os componentes não fiquem expostos às intempéries ao longo do dia.

Os energizadores Speedrite usados no Brasil e em seus arredores para proteger o gado contra ataques de onças-pintadas são muito eficazes com uma tensão em uma cerca elétrica em bom estado de funcionamento em torno de 8.000 a 10.000 volts. A "regra" na maioria das fazendas seria inferior a 5.000 volts.

Rafael diz que esta é a carga mais forte que não resulta em nenhum dano físico aos felinos ou ao gado porque é pulsante em vez de constante. Mesmo quando uma cerca está em más condições, ela pode manter um pulso suficiente para impedir que um felino entre em uma área em que o gado está pastando. 
Elias Pelachin, que trabalha como técnico e gerente regional de vendas da Datamars no Brasil, esteve à frente da parceria com a Panthera Brazil, trabalhando em estreita colaboração com Rafael e a ONG ao longo dos últimos quatro anos. Ele descreve a parceria como "fantástica".


"São pessoas sérias e dedicadas à preservação, administrando o conflito entre o animal e o fazendeiro."

Elias ajuda a ONG fazendo avaliações iniciais das áreas que precisam ser protegidas e verificando os pontos vulneráveis. Após isso, é feito um orçamento quantitativo dos materiais, sendo este entregue à fazenda. Elias, então, ajuda os pecuaristas a entender a melhor forma de montar a cerca para que ela seja eficaz.  

"Começamos compartilhando informações sobre alturas de fios, espaçamento e como instalar os isoladores corretamente", explica Pelachin, "e o mais importante, planejamos um aterramento bom e adequado. Concluída esta etapa, instalamos o energizador da Speedrite com a equipe da fazenda, e realizamos o treinamento técnico para todos que nela atuam."


Projetos da Fazenda Jofre Velho e Fazenda São Marcelo

Rafael e Elias trabalharam juntos pela primeira vez na Fazenda de Conservação da Panthera, a Fazenda Jofre Velho, no Pantanal Norte do Brasil (sul do Estado de Mato Grosso). 
Eles descobriram que um cercado para aproximadamente 1.000 cabeças de gado dormirem à noite estava funcionando até que uma onça-pintada jovem aprendeu a pegar pequenos bezerros fora da área cercada durante o dia. O felino voltou, matando mais de 20 bezerros até que um novo curral foi construído em uma savana aberta, completa com uma cerca elétrica antipredação usando um energizador 6000i da Speedrite da Datamars Livestock. A Datamars também doou os acessórios necessários para a construção que o Rafael diz ter sido muito positivo. “Estamos muito felizes e não tivemos nenhuma perda recente por predação. As cercas elétricas têm sido fantasticamente eficazes."


Outro projeto em Juruena, no norte do Mato Grosso, está se mostrando igualmente bem-sucedido na proteção tanto do gado quanto da onça-pintada. A Fazenda São Marcelo é uma fazenda de 20.000 hectares com corredores florestais e 11.000 hectares de floresta preservada na fronteira com a floresta amazônica. Inicialmente, os potreiros na borda da floresta não eram cercados, possibilitando que a onças-pintadas simplesmente vagassem em busca de sua próxima refeição. Com um potreiro maternidade de bezerros para alimentar, a fazenda estava perdendo cerca de 80 cabeças por ano para a predação. Para reduzir esse risco, a Panthera Brazil instalou uma cerca elétrica para proteger as vacas prenhas e seus bezerros. 
Elias diz: "Tivemos um feedback importante e positivo da FazendaSão Marcelo que após a implantação da cerca elétrica suas perdas caíram de 80 para uma média de menos de cinco animais por ano na mesma área. É um ótimo resultado e um bom exemplo dos benefícios das cercas elétricas, que incentivam os pecuaristas e os fazendeiros a construir mais cercas antipredação, inclusive ao redor dos potreiros maternidade para proteger as vacas prenhas, que é o que estamos vendo agora". 
Rafael diz que a única maneira de as onças-pintadas sobreviverem a longo prazo é serem aceitas fora das áreas protegidas.


“Nosso objetivo é reduzir a vulnerabilidade do gado por meio do uso de cercas elétricas e proporcionar uma interface clara com a onça-pintada. Também queremos aumentar a quantidade de presas selvagens naturais e manter corredores florestais para a onça-pintada passar com segurança. E uma cerca bem construída e supervisionada significa que os pecuaristas podem dormir à noite sabendo que não precisam se preocupar com o que encontrarão no dia seguinte".